Associação de Turismo contra fim do Visto Gold e sugere alternativas

  • 07 Mar, 2023 • 10:26

A Associação Portuguesa do Turismo Residencial e Resorts discorda do fim anunciado dos Vistos Gold e pediu ao Governo Português uma “reflexão” para se realizarem estudos, sugerindo ainda várias outras medidas alternativas, disse à Lusa, o seu diretor executivo.

Segundo o diretor executivo, o Governo Português está a “quer acabar com o investimento em unidades de comércio e serviços, como é o caso das unidades turísticas”.

“As unidades turísticas não são habitação”, sublinhou, indicando que “constituem uma oferta paralela imobiliária integrada” num “conjunto de serviços turísticos e que se destina a uso temporário e férias para portugueses e estrangeiros”.

“Estas unidades até têm um efeito positivo, de reduzir a procura por casas temporárias”, disse, defendendo que é “uma medida imprudente porque mais uma vez estamos a mostrar a total instabilidade do nosso sistema legal e fiscal”, o “que transmite uma péssima imagem de Portugal e do Governo”, assegurou.

Governo deveria instaurar um "perído de reflexão"

De acordo com dados divulgados pela Associação Portuguesa do Turismo Residencial e Resorts, “em 2022, ano em que já era impossível investir em ARI [Autorizações de Residência para atividades de Investimento, ou vistos gold] para habitação nos centros urbanos, foram captados 534 milhões de euros de investimento, ou seja, um potencial de mais de três mil milhões de euros a cinco anos”.

“Ainda que as ARI fossem um problema na falta de habitação de Lisboa e Porto, que não são, porquê castigar todas as regiões por igual, sendo que algumas regiões dependem fortemente do turismo e da captação deste investimento no produto turístico”, garantiu o diretor executivo.

“A primeira medida é que o Governo reserve um período de reflexão de pelo menos um ano para se realizarem estudos independentes do impacto objetivo dos prós e contras da medida, acrescentou.

O dirigente associativo sugeriu ainda que se reveja “o valor mínimo de atribuição das ARI mesmo em unidades turísticas”, sendo que “pode dar-se o caso de Portugal estar um bocadinho abaixo da concorrência em termos de limiar mínimo e a subida podia criar mais barreiras a entrada e mais impostos para o Estado”.

Fonte: Idealista.pt/news